terça-feira, 24 de março de 2009
ANGOLA--Dalila Mateus pede celeridade na queixa contra viúva de Agostinho Neto
-Dalila Mateus, co-autora do livro "Purga em Angola", que em Fevereiro de 2008 apresentou uma queixa-crime por difamação contra Eugénia Neto, viúva de Agostinho Neto, dirigiu hoje ao Procurador-Geral da República português um pedido de aceleração processual.
Em declarações à Agência Lusa por telefone, a historiadora e escritora Dalila Mateus lamentou que, após um ano, o processo que apresentou no DIAP (Departamento de Investigação e Acção Penal) não tenha avançado e que as acusações que lhe foram feitas "continuem de pé".
"É uma demora muito grande e as acusações de 'desonesta e mentirosa' que a senhora dona Maria Eugénia Silva Neto me fez, numa entrevista à revista do jornal Expresso, continuam de pé", afirmou Dalila Mateus, adiantando que apenas pretende que "os tribunais se pronunciem e seja feita justiça".
Nesse sentido, o advogado da historiadora/escritora, Sérgio Brás, apresentou hoje mesmo ao Procurador-Geral da República, António Pinto Monteiro, um pedido de aceleração processual.
Para Dalila Mateus, quanto mais célere for o processo e o tribunal se pronunciar, mais rapidamente o caso fica resolvido e deixa de ser tema na "blogosfera", onde tem sido alvo de ameaças.
De resto, a historiadora Dalila Mateus reafirmou à Lusa "o seu direito constitucional ao bom-nome e reputação" e declarou que tem "confiança na Justiça portuguesa".
No livro "A Purga de Angola", Dalila Mateus e Álvaro Mateus afirmam que os acontecimentos de 27 de Maio de 1977, em Angola, que provocaram milhares de mortos, foram um "contra golpe", que teve como responsável máximo o Presidente Agostinho Neto, que temia perder o poder. "O que está no livro está comprovado.
Todas as informações estão sustentadas em fontes", referiu ainda Dalila Mateus, acrescentando que está prevista para Maio a saída de uma 3ª edição da obra, com acesso a novas fontes documentais.
Por seu turno, o advogado Sérgio Brás disse à Lusa que o pedido feito ao Procurador-Geral da República "é um expediente muito simples, previsto no Código do Processo Penal" para dar celeridade à Justiça.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
"Savimbi Queria me Fuzilar", diz William Tonet
22-Jul-2008
"Savimbi queria me fuzilar"
Luanda - Willian Tonet um dos jornalistas angolanos mais "experimentados" de actualidade nesta área já foi cunhado de CIA (USA), DISA (MPLA) e BRINDE (UNITA).
O arriscado jornalista nunca recebeu o honorário "timbre" de mediador de paz em Angola entre FAPLA e FALA que segundo o mesmo "a política luso-tropicalista surge a querer apagar acontecimentos históricos", como o é caso dos acordos do Alto Kauango de 1991.
O Outro Lado da Info repassa na íntegra a entrevista que WT concedeu recentemente no Jornal Folha8, aonde entre os vários aspectos, destaca a sua experiência na Jamba aonde "por-um-tris" seria fuzilado, sua decepção com o MPLA e a crise de liderança no actual governo angolano.
Não é possível conviver com tanta discriminação
F8 – Em 1991 houve o primeiro acordo de Paz em Angola, entre a UNITA e o MPLA/Governo, no Alto Kauango, como foi esse acordo?
WT-Foi um acordo importante e natural, entre angolanos. Eu estava a cobrir a guerra dos 57 dias de cerco ao Luena, por parte das tropas da UNITA. Para mim não fazia sentido aquele conflito, na medida em que os políticos já se encontravam a negociar em Portugal, visando um acordo. O prosseguimento da guerra poderia inviabilizar qualquer entendimento seguramente, caso as tropas continuassem a procurar vantagens posicionais no teatro das operações e inocentes continuariam a morrer inutilmente.
Foi mesmo por acaso o “encontro rádio” com o gen. Mackenzie?
WT : Foi por acaso. Eu estava preparado para enviar um trabalho para Washington, quando, de repente, teve lugar uma interferência. A voz do outro lado desafiou-me a não reportar só o lado governamental, pois a realidade era outra, ao que respondi não poder reportar o outro lado ao mesmo tempo, pois estava com as tropas governamentais. Por isso, solicitei então a permissão para ir para o lado onde estava a UNITA. Não me respondeu na altura, por ter que contactar o seu superior hierárquico, o que o fez retornando mais tarde à linha e dando o conta do acordo. Coloquei a questão ao general Higino Carneiro, que considero ser um amigo, e ele anuiu, mas só depois de muitas hesitações, por desconfiar que se podia tratar duma eventual armadilha, pois acontecendo-me alguma coisa como correspondente da VOA, o governo poderia ser responsabilizado. Mas, depois de alguma insistência da minha parte lá se realizou o combinado ao telefone e atravessei a linha de fogo, ao encontro do comando geral das FALA/UNITA.
F8 - Quem ia consigo?
WT :Nesta empreitada convidei as jornalistas Luisa Ribeiro da Lusa e Rosa Inguane de Moçambique, salvo erro.
F8 - Essas pessoas participaram na sua iniciativa?
WT- Não. Apenas testemunharam. Encontrei do outro lado também um amigo, que era o general Ben Ben. Perguntei-lhe se não seria possível um cessar-fogo, já que estávamos a negociar em Portugal. Este mostrou-se sensível à minha iniciativa e prometeu contactar Savimbi, que na altura estava no exterior de Angola. Na madrugada do dia seguinte Savimbi liga-me para saber da minha ideia. Mostrou-se muito desconfiado e quase não acreditava na iniciativa, mas deu-me a sua primeira anuência e parti para o outro lado para negociar com o general Higino e Sanjar e tive igualmente de fazer o mesmo com o Presidente José Eduardo dos Santos
Como é que os chefes, Savimbi e Dos Santos, reagiram à sua intromissão no caso quando estavam em curso as conversações de paz?
WT : Não foi uma intromissão, mas uma oportunidade de se calarem as armas. Eu tinha um argumento de peso para convencer os contendores e transmitir-lhes confiança. Não os trairia, pois era amigo dos generais dos dois lado: Ben Ben e Mackenzie da UNITA e Higino Carneiro e Sanjar do MPLA/Governo. Graças a Deus, após quatro dias de ir e vir de um lado para o outro e de negociar com as respectivas lideranças conseguimos chegar a um acordo que satisfez as duas partes, E conseguimos parar com a guerra fratricida Os acordos de Bicesse tiveram lugar a 31 de Maio de 1991, menos que 15 dias depois das tréguas de Alto Kauango.
Que benefícios vieram dessas tréguas?
WT : Os angolanos conheceram muitos benefícios, basta ver como tão rapidamente foi possível assinar em Bicesse, depois de os primeiros acordos de paz terem sido mediados por um angolano. Apesar de considerarem ter sido o de Bicesse, a história reza e continuará a rezar que nunca antes de Kauango os militares da UNITA e do MPLA se haviam sentado a uma mesa para assinar um acordo. Alto Kauango foi a mãe de Bicesse, que o complexo de nacionalismo pretende apagar da história.
Tem alguma explicação para o facto de ninguém falar destas tréguas?
WT : Quando diz ninguém fala, está a referir-se ao Governo, mas isso está no quadro da lógica da discriminação, tudo porque continuo com ideias próprias, sou um homem de esquerda, autóctone e com cultura do Sul. Logo a política luso-tropicalista surge a querer apagar acontecimentos históricos que não lhe digam respeito. Se fosse um estrangeiro ou um bajulador invertebrado este acontecimento nunca seria esquecido. Mas fico contente por termos emprestado a nossa modesta contribuição sem pretensões a honrarias. A minha maior medalha foi ter evitado a morte de muitos inocentes com aquele acto, que não considero meu, mas sim, nosso. Muitas pessoas conseguiram viver e outros sobreviver às balas e aos canhões. Isso é bom. Por outro lado o acordo está aí com 19 pontos para a posteridade, pois foi a partir do Alto Kauango que se estabeleceram os telefones vermelhos, as patrulhas mistas, reuniões conjuntas e outras questões militares sensíveis.
Voltando atrás no tempo: quando é que começou a fazer jornalismo?
WT : Comecei a fazer jornalismo depois de 1977, pois até essa altura estava nas forças armadas. Como fui apanhado na onda dos presos de 1977, depois de sair fiquei bastante frustrado com a forma como esse processo decorreu. Depois de sair da cadeia e de ter sido colocado em Benguela e Kuado Kubango, entrei como assistente de operador de câmara na TPA, depois de ter sido rejeitado pelo Jornal de Angola, onde participei num concurso, tive boa prestação, mas o director da altura, Costa Andrade Ndunduma, disse não poder aceitar um fraccionista nos seus quadros. Tive de correr dali para fora.
Sabe-se que deixou Angola e foi a Portugal. Porquê?
WT : Na televisão tive um percurso lindo, pois trabalhei em quase todas as áreas de produção e jornalismo. De assistente ascendi a câmara, depois concorri a realização e comecei a trabalhar com grandes nomes de então, como o Cândido e o Ladislau, na qualidade de assistente de realização, no programa “Conheça Angola”. Mais tarde subi a realizador e fiz dois grandes programas de que me orgulho muito, sobretudo “O Horizonte”, programa juvenil. Depois deste programa fui abrir oficialmente a delegação da TPA em Benguela e o objectivo seria também abrir a do Huambo, mas por incumprimentos da direcção decidi regressar a Luanda e à Realização e propus realizar um programa diferente, que se denominou Panorama Económico, que versava temas económicos e já naquela altura era um programa de critica à má gestão e ao desperdício. Levou um ano a ser aprovado pela direcção económica do MPLA. Como programa de critica fui tendo muitos problemas e quase fui expulso de Angola, principalmente quando ia lutando com um membro do Comité Central do MPLA, na altura, Cabelo Branco, por ter conseguido descobrir fábricas inteiras que o pais havia importado estragadas nas matas do Cacuaco. Foi uma investigação que levou cerca de 3 meses e no final tive, inclusive de ser “desinfestado” no Hospital militar, pois o local estava impestado de animais mortos para dissuadir as pessoas de se aproximarem do local. O meu operador de câmara, na altura, desistiu e regressou, mas como me encontrava tão próximo não desisti e consegui algo que foi um grande furo, pois teve grande repercussão e levou o Presidente a tomar uma decisão instaurando uma comissão de inquérito.
Quanto tempo ficou em Portugal?
WT : Fiquei o tempo bastante para passar por redacções importantes em Lisboa.
Trabalhou para que jornais?
WT : Trabalhei no “O JORNAL”, que se transformou na actual revista VISÂO. Funcionei ainda, na primeira radio privada em Portugal de grande informação a TSF-Rádio Jornal e no primeiro canal privado de televisão a SIC, onde tive o privilégio de ser o primeiro rosto negro, levado por um grande homem do jornalismo português e angolano: Emídio Rangel.
Quando é que entrou para a Voz da América?
WT : Entrei na VOA em 1989/1990 em substituição de Ricardo de Melo, por concurso liderado pelo director da emissora de então, Greg Pirio. Foi uma grande escola e os americanos confiaram-me responsabilidades que nunca antes o meu país me havia conferido, pois eu cobria quase toda a região Austral e Central
Ouvi dizer que esteve para ser fuzilado por Savimbi. Como foi isso?
WT : Foi um episódio triste. Estava eu na VOA quando sou convidado para ir à Jamba, por Norberto de Castro, que na altura era o responsável da informação em Lisboa. Antes de chegar à Jamba vejo que tinha na bagagem um passaporte nacional antigo e então me lembrei de o apresenta. Foi o fim da picada, pois todos esperavam que eu apresentasse um passaporte americano. Isso foi o suficiente para me confiscarem a bagagem e revistarem-na. Encontraram no meio de um livro que levo sempre uma folha da minha biografia, onde conta o percurso no MPLA e de que era oficial de comunicações. Acredito que isso os irritou e pensaram que era um agente da DISA, pois nem abriram o passaporte angolano, porque senão viria que o mesmo estava caducado e era antigo. Fui interrogado e só acabou quando os americanos tomaram nota disso e terão explicado à UNITA e a Savimbi que sabiam do meu passado. Fui então solto e convidado a continuar a trabalhar. Na altura tive a solidariedade de todos os jornalistas presentes, em especial do meu amigo Jonuel Gonçalves e do general Bem Bem que se deslocou do Likua, sua base, para vir pessoalmente dar-me a sua solidariedade e dizer que condenava a situação em que me encontrava. Ele agiu como um verdadeiro amigo, dos tempos que nos conhecemos no Huambo.
Depois disso guardou contactos com gente da UNITA?
WT : Sim. Mantive, como jornalista, todos os contactos e nunca deixei de os criticar quando a isso era obrigado, daí ter feito coisas boas para Angola, com base nas relações humanas que tenho com todos os actores políticos. Antes de ser de um partido político sou angolano e é isso que em mim está em primeiro plano, logo contacto com todos, independentemente dos pontos de vista divergentes.
Quando é que voltou para Angola?
WT : Voltei a Angola depois de me ter cansado da emigração e na véspera do período eleitoral
Foi acusado de ser da CIA, porquê?
WT : Fui acusado pelo facto de pensar com a minha cabeça. Muitos pensaram que eu não conseguiria fazer jornalismo no exterior e então quando me viram na VOA começaram a inventar esta história?
E não é verdade?
WT : Nunca fui agente da CIA, até por, se calhar, não ter o perfil desejado, mas se a memória dos meus detractores não fosse fraca iria reportar o positivo da minha passagem pela VOA, pois foi com a minha presença que pela primeira vez o Presidente dos Santos e outros governantes passaram a sua voz naquela rádio. Angola passou com a minha presença a ter outro tratamento noticioso. Mas realista e imparcial
O que é que o fez regressar a Angola?
WT - Uma vontade férrea de poder participar na mudança de um novo ciclo, que havia sido interrompido em 1975 e 1977. Acreditei na força e na vitalidade do meu partido: o MPLA. Penasavas que podia assumir o seu passivo e concertar com todas as vozes internas as divergências tidas e que macularam a sua imagem. Mas o tempo passou e ao invés de unidade e reconciliação interna somamos mais divergências. É triste, mas o MPLA está muito fragmentado e só não se nota isso porque o poder encobre as nossas divergências com bastante violência, discriminação e ostracismo. Estou decepcionado com o MPLA e com o rumo que o pais está a tomar, pois a qualquer momento pode resvalar.
Porquê?
WT : Não é possível conviver com tanta discriminação, com tanta pobreza, com tanto desemprego, com tanta fome, com tanta miséria, concomitante com tanta riqueza, selectivamente concentrada numa minoria ligada e ao redor do poder. As desigualdades são brutais e só ainda não existem manifestações, em função da cultura do medo. Mas temos de reconhecer que esta não é eterna. E acredito se o MPLA se se despir de determinados complexos, tem ainda capacidade de reverter a situação e fazer de Angola, na prática, um país mais justo e com menos discriminação. É preciso haver coragem para mudar, para lá do umbigo partidário
O que falta?
WT: O mundo está numa crise, como nunca antes. Corremos um sério risco de extinção se nada for feito; temos uma crise energética, uma crise financeira, uma crise económica, uma crise de fome, uma crise armamentista (????....) e uma crise de lideranças, como no passado. Isto quando, por capricho do destino, o último grande líder mundial, vivo ainda hoje, surgiu em ÁFRICA na pessoa de Nelson Mandela. Angola bem carece de um líder suprapartidário, que não tem. Um líder dessa dimensão estaria forçosamente mais comprometido com as aspirações dos vários povos e nações que habitam o território angolano. Mas em Angola o que é legitimo é que se dê prioridade, primeiro ao seu partido e aos militantes do partido, como forma de recompensa de fidelidade e disciplina, Isso é certo, mas partidária, e, portanto, discriminatória. Este modelo já mostrou a sua ineficácia, logo deveríamos evitar, no futuro, que um Presidente da Republica fosse ao mesmo tempo presidente dum partido.
"Savimbi queria me fuzilar"
Luanda - Willian Tonet um dos jornalistas angolanos mais "experimentados" de actualidade nesta área já foi cunhado de CIA (USA), DISA (MPLA) e BRINDE (UNITA).
O arriscado jornalista nunca recebeu o honorário "timbre" de mediador de paz em Angola entre FAPLA e FALA que segundo o mesmo "a política luso-tropicalista surge a querer apagar acontecimentos históricos", como o é caso dos acordos do Alto Kauango de 1991.
O Outro Lado da Info repassa na íntegra a entrevista que WT concedeu recentemente no Jornal Folha8, aonde entre os vários aspectos, destaca a sua experiência na Jamba aonde "por-um-tris" seria fuzilado, sua decepção com o MPLA e a crise de liderança no actual governo angolano.
Não é possível conviver com tanta discriminação
F8 – Em 1991 houve o primeiro acordo de Paz em Angola, entre a UNITA e o MPLA/Governo, no Alto Kauango, como foi esse acordo?
WT-Foi um acordo importante e natural, entre angolanos. Eu estava a cobrir a guerra dos 57 dias de cerco ao Luena, por parte das tropas da UNITA. Para mim não fazia sentido aquele conflito, na medida em que os políticos já se encontravam a negociar em Portugal, visando um acordo. O prosseguimento da guerra poderia inviabilizar qualquer entendimento seguramente, caso as tropas continuassem a procurar vantagens posicionais no teatro das operações e inocentes continuariam a morrer inutilmente.
Foi mesmo por acaso o “encontro rádio” com o gen. Mackenzie?
WT : Foi por acaso. Eu estava preparado para enviar um trabalho para Washington, quando, de repente, teve lugar uma interferência. A voz do outro lado desafiou-me a não reportar só o lado governamental, pois a realidade era outra, ao que respondi não poder reportar o outro lado ao mesmo tempo, pois estava com as tropas governamentais. Por isso, solicitei então a permissão para ir para o lado onde estava a UNITA. Não me respondeu na altura, por ter que contactar o seu superior hierárquico, o que o fez retornando mais tarde à linha e dando o conta do acordo. Coloquei a questão ao general Higino Carneiro, que considero ser um amigo, e ele anuiu, mas só depois de muitas hesitações, por desconfiar que se podia tratar duma eventual armadilha, pois acontecendo-me alguma coisa como correspondente da VOA, o governo poderia ser responsabilizado. Mas, depois de alguma insistência da minha parte lá se realizou o combinado ao telefone e atravessei a linha de fogo, ao encontro do comando geral das FALA/UNITA.
F8 - Quem ia consigo?
WT :Nesta empreitada convidei as jornalistas Luisa Ribeiro da Lusa e Rosa Inguane de Moçambique, salvo erro.
F8 - Essas pessoas participaram na sua iniciativa?
WT- Não. Apenas testemunharam. Encontrei do outro lado também um amigo, que era o general Ben Ben. Perguntei-lhe se não seria possível um cessar-fogo, já que estávamos a negociar em Portugal. Este mostrou-se sensível à minha iniciativa e prometeu contactar Savimbi, que na altura estava no exterior de Angola. Na madrugada do dia seguinte Savimbi liga-me para saber da minha ideia. Mostrou-se muito desconfiado e quase não acreditava na iniciativa, mas deu-me a sua primeira anuência e parti para o outro lado para negociar com o general Higino e Sanjar e tive igualmente de fazer o mesmo com o Presidente José Eduardo dos Santos
Como é que os chefes, Savimbi e Dos Santos, reagiram à sua intromissão no caso quando estavam em curso as conversações de paz?
WT : Não foi uma intromissão, mas uma oportunidade de se calarem as armas. Eu tinha um argumento de peso para convencer os contendores e transmitir-lhes confiança. Não os trairia, pois era amigo dos generais dos dois lado: Ben Ben e Mackenzie da UNITA e Higino Carneiro e Sanjar do MPLA/Governo. Graças a Deus, após quatro dias de ir e vir de um lado para o outro e de negociar com as respectivas lideranças conseguimos chegar a um acordo que satisfez as duas partes, E conseguimos parar com a guerra fratricida Os acordos de Bicesse tiveram lugar a 31 de Maio de 1991, menos que 15 dias depois das tréguas de Alto Kauango.
Que benefícios vieram dessas tréguas?
WT : Os angolanos conheceram muitos benefícios, basta ver como tão rapidamente foi possível assinar em Bicesse, depois de os primeiros acordos de paz terem sido mediados por um angolano. Apesar de considerarem ter sido o de Bicesse, a história reza e continuará a rezar que nunca antes de Kauango os militares da UNITA e do MPLA se haviam sentado a uma mesa para assinar um acordo. Alto Kauango foi a mãe de Bicesse, que o complexo de nacionalismo pretende apagar da história.
Tem alguma explicação para o facto de ninguém falar destas tréguas?
WT : Quando diz ninguém fala, está a referir-se ao Governo, mas isso está no quadro da lógica da discriminação, tudo porque continuo com ideias próprias, sou um homem de esquerda, autóctone e com cultura do Sul. Logo a política luso-tropicalista surge a querer apagar acontecimentos históricos que não lhe digam respeito. Se fosse um estrangeiro ou um bajulador invertebrado este acontecimento nunca seria esquecido. Mas fico contente por termos emprestado a nossa modesta contribuição sem pretensões a honrarias. A minha maior medalha foi ter evitado a morte de muitos inocentes com aquele acto, que não considero meu, mas sim, nosso. Muitas pessoas conseguiram viver e outros sobreviver às balas e aos canhões. Isso é bom. Por outro lado o acordo está aí com 19 pontos para a posteridade, pois foi a partir do Alto Kauango que se estabeleceram os telefones vermelhos, as patrulhas mistas, reuniões conjuntas e outras questões militares sensíveis.
Voltando atrás no tempo: quando é que começou a fazer jornalismo?
WT : Comecei a fazer jornalismo depois de 1977, pois até essa altura estava nas forças armadas. Como fui apanhado na onda dos presos de 1977, depois de sair fiquei bastante frustrado com a forma como esse processo decorreu. Depois de sair da cadeia e de ter sido colocado em Benguela e Kuado Kubango, entrei como assistente de operador de câmara na TPA, depois de ter sido rejeitado pelo Jornal de Angola, onde participei num concurso, tive boa prestação, mas o director da altura, Costa Andrade Ndunduma, disse não poder aceitar um fraccionista nos seus quadros. Tive de correr dali para fora.
Sabe-se que deixou Angola e foi a Portugal. Porquê?
WT : Na televisão tive um percurso lindo, pois trabalhei em quase todas as áreas de produção e jornalismo. De assistente ascendi a câmara, depois concorri a realização e comecei a trabalhar com grandes nomes de então, como o Cândido e o Ladislau, na qualidade de assistente de realização, no programa “Conheça Angola”. Mais tarde subi a realizador e fiz dois grandes programas de que me orgulho muito, sobretudo “O Horizonte”, programa juvenil. Depois deste programa fui abrir oficialmente a delegação da TPA em Benguela e o objectivo seria também abrir a do Huambo, mas por incumprimentos da direcção decidi regressar a Luanda e à Realização e propus realizar um programa diferente, que se denominou Panorama Económico, que versava temas económicos e já naquela altura era um programa de critica à má gestão e ao desperdício. Levou um ano a ser aprovado pela direcção económica do MPLA. Como programa de critica fui tendo muitos problemas e quase fui expulso de Angola, principalmente quando ia lutando com um membro do Comité Central do MPLA, na altura, Cabelo Branco, por ter conseguido descobrir fábricas inteiras que o pais havia importado estragadas nas matas do Cacuaco. Foi uma investigação que levou cerca de 3 meses e no final tive, inclusive de ser “desinfestado” no Hospital militar, pois o local estava impestado de animais mortos para dissuadir as pessoas de se aproximarem do local. O meu operador de câmara, na altura, desistiu e regressou, mas como me encontrava tão próximo não desisti e consegui algo que foi um grande furo, pois teve grande repercussão e levou o Presidente a tomar uma decisão instaurando uma comissão de inquérito.
Quanto tempo ficou em Portugal?
WT : Fiquei o tempo bastante para passar por redacções importantes em Lisboa.
Trabalhou para que jornais?
WT : Trabalhei no “O JORNAL”, que se transformou na actual revista VISÂO. Funcionei ainda, na primeira radio privada em Portugal de grande informação a TSF-Rádio Jornal e no primeiro canal privado de televisão a SIC, onde tive o privilégio de ser o primeiro rosto negro, levado por um grande homem do jornalismo português e angolano: Emídio Rangel.
Quando é que entrou para a Voz da América?
WT : Entrei na VOA em 1989/1990 em substituição de Ricardo de Melo, por concurso liderado pelo director da emissora de então, Greg Pirio. Foi uma grande escola e os americanos confiaram-me responsabilidades que nunca antes o meu país me havia conferido, pois eu cobria quase toda a região Austral e Central
Ouvi dizer que esteve para ser fuzilado por Savimbi. Como foi isso?
WT : Foi um episódio triste. Estava eu na VOA quando sou convidado para ir à Jamba, por Norberto de Castro, que na altura era o responsável da informação em Lisboa. Antes de chegar à Jamba vejo que tinha na bagagem um passaporte nacional antigo e então me lembrei de o apresenta. Foi o fim da picada, pois todos esperavam que eu apresentasse um passaporte americano. Isso foi o suficiente para me confiscarem a bagagem e revistarem-na. Encontraram no meio de um livro que levo sempre uma folha da minha biografia, onde conta o percurso no MPLA e de que era oficial de comunicações. Acredito que isso os irritou e pensaram que era um agente da DISA, pois nem abriram o passaporte angolano, porque senão viria que o mesmo estava caducado e era antigo. Fui interrogado e só acabou quando os americanos tomaram nota disso e terão explicado à UNITA e a Savimbi que sabiam do meu passado. Fui então solto e convidado a continuar a trabalhar. Na altura tive a solidariedade de todos os jornalistas presentes, em especial do meu amigo Jonuel Gonçalves e do general Bem Bem que se deslocou do Likua, sua base, para vir pessoalmente dar-me a sua solidariedade e dizer que condenava a situação em que me encontrava. Ele agiu como um verdadeiro amigo, dos tempos que nos conhecemos no Huambo.
Depois disso guardou contactos com gente da UNITA?
WT : Sim. Mantive, como jornalista, todos os contactos e nunca deixei de os criticar quando a isso era obrigado, daí ter feito coisas boas para Angola, com base nas relações humanas que tenho com todos os actores políticos. Antes de ser de um partido político sou angolano e é isso que em mim está em primeiro plano, logo contacto com todos, independentemente dos pontos de vista divergentes.
Quando é que voltou para Angola?
WT : Voltei a Angola depois de me ter cansado da emigração e na véspera do período eleitoral
Foi acusado de ser da CIA, porquê?
WT : Fui acusado pelo facto de pensar com a minha cabeça. Muitos pensaram que eu não conseguiria fazer jornalismo no exterior e então quando me viram na VOA começaram a inventar esta história?
E não é verdade?
WT : Nunca fui agente da CIA, até por, se calhar, não ter o perfil desejado, mas se a memória dos meus detractores não fosse fraca iria reportar o positivo da minha passagem pela VOA, pois foi com a minha presença que pela primeira vez o Presidente dos Santos e outros governantes passaram a sua voz naquela rádio. Angola passou com a minha presença a ter outro tratamento noticioso. Mas realista e imparcial
O que é que o fez regressar a Angola?
WT - Uma vontade férrea de poder participar na mudança de um novo ciclo, que havia sido interrompido em 1975 e 1977. Acreditei na força e na vitalidade do meu partido: o MPLA. Penasavas que podia assumir o seu passivo e concertar com todas as vozes internas as divergências tidas e que macularam a sua imagem. Mas o tempo passou e ao invés de unidade e reconciliação interna somamos mais divergências. É triste, mas o MPLA está muito fragmentado e só não se nota isso porque o poder encobre as nossas divergências com bastante violência, discriminação e ostracismo. Estou decepcionado com o MPLA e com o rumo que o pais está a tomar, pois a qualquer momento pode resvalar.
Porquê?
WT : Não é possível conviver com tanta discriminação, com tanta pobreza, com tanto desemprego, com tanta fome, com tanta miséria, concomitante com tanta riqueza, selectivamente concentrada numa minoria ligada e ao redor do poder. As desigualdades são brutais e só ainda não existem manifestações, em função da cultura do medo. Mas temos de reconhecer que esta não é eterna. E acredito se o MPLA se se despir de determinados complexos, tem ainda capacidade de reverter a situação e fazer de Angola, na prática, um país mais justo e com menos discriminação. É preciso haver coragem para mudar, para lá do umbigo partidário
O que falta?
WT: O mundo está numa crise, como nunca antes. Corremos um sério risco de extinção se nada for feito; temos uma crise energética, uma crise financeira, uma crise económica, uma crise de fome, uma crise armamentista (????....) e uma crise de lideranças, como no passado. Isto quando, por capricho do destino, o último grande líder mundial, vivo ainda hoje, surgiu em ÁFRICA na pessoa de Nelson Mandela. Angola bem carece de um líder suprapartidário, que não tem. Um líder dessa dimensão estaria forçosamente mais comprometido com as aspirações dos vários povos e nações que habitam o território angolano. Mas em Angola o que é legitimo é que se dê prioridade, primeiro ao seu partido e aos militantes do partido, como forma de recompensa de fidelidade e disciplina, Isso é certo, mas partidária, e, portanto, discriminatória. Este modelo já mostrou a sua ineficácia, logo deveríamos evitar, no futuro, que um Presidente da Republica fosse ao mesmo tempo presidente dum partido.
Fonte/Editado: Folha8 & Club-k
terça-feira, 1 de julho de 2008
País vai produzir dois milhões de barris de petróleo a partir de Agosto
País vai produzir dois milhões de barris de petróleo a partir de Agosto
- Angola vai produzir dois milhões de barris de petróleo diários a partir de Agosto, acima da sua quota na Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), contribuindo para a estabilidade do mercado, afirmou Syanga Abílio, administrador da Sonangol.
Falando à agência de notícias angolana Angop à margem do 19º Congresso Mundial de Petróleos, o administrador da petrolífera estatal angolana defendeu ser necessário "aumentar os níveis de produção porque há défice (...) na projecção de produção" para os próximos meses, estando a matéria-prima a negociar em máximos históricos.
"As reservas petrolíferas não constituem problema. Hoje, o grande problema é garantir esta energia necessária para fazer face ao aumento da procura”, adiantou o mesmo responsável.
Syanga Abílio não referiu se o país, cuja produção petrolífera ultrapassou nos últimos meses a da Nigéria, está autorizado pela OPEP a ultrapassar a sua quota de produção. Angola está desde o início deste ano sujeita pela OPEP, cartel a que aderiu em 2007, a uma quota de produção diária de 1,9 milhões de barris.
A produção de petróleo de Angola manteve-se em Maio, pelo segundo mês consecutivo, como a maior de África sub-saariana, acima da nigeriana, que tem sido afectada por greves e atentados contra instalações petrolíferas, segundo dados da OPEP. Em Maio, Angola produziu 1,902 milhões de barris por dia, ultrapassando de novo a Nigéria cuja produção foi de 1,889 milhões de barris por dia.
Em Abril, a produção de Angola foi de 1,882 milhões de barris por dia, tendo a Nigéria produzido 1,824 milhões de barris diários. Nos próximos meses, os programas de exportação conhecidos - de petrolíferas como a BP, Total, Chevron ou Exxon Mobil - apontam para valores superiores em Angola. A produção angolana aumentou no ano passado 18 por cento, para uma média diária de 1,61 milhões de barris, segundo dados da Agência Internacional de Energia.
O país lusófono é actualmente origem de cinco por cento das importações petrolíferas norte-americanas (496 mil barris diários) e no primeiro trimestre do ano foi o principal fornecedor de petróleo da China, ultrapassando a Arábia Saudita, graças a um aumento de 55 por cento nas suas exportações para o país asiático.
- Angola vai produzir dois milhões de barris de petróleo diários a partir de Agosto, acima da sua quota na Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), contribuindo para a estabilidade do mercado, afirmou Syanga Abílio, administrador da Sonangol.
Falando à agência de notícias angolana Angop à margem do 19º Congresso Mundial de Petróleos, o administrador da petrolífera estatal angolana defendeu ser necessário "aumentar os níveis de produção porque há défice (...) na projecção de produção" para os próximos meses, estando a matéria-prima a negociar em máximos históricos.
"As reservas petrolíferas não constituem problema. Hoje, o grande problema é garantir esta energia necessária para fazer face ao aumento da procura”, adiantou o mesmo responsável.
Syanga Abílio não referiu se o país, cuja produção petrolífera ultrapassou nos últimos meses a da Nigéria, está autorizado pela OPEP a ultrapassar a sua quota de produção. Angola está desde o início deste ano sujeita pela OPEP, cartel a que aderiu em 2007, a uma quota de produção diária de 1,9 milhões de barris.
A produção de petróleo de Angola manteve-se em Maio, pelo segundo mês consecutivo, como a maior de África sub-saariana, acima da nigeriana, que tem sido afectada por greves e atentados contra instalações petrolíferas, segundo dados da OPEP. Em Maio, Angola produziu 1,902 milhões de barris por dia, ultrapassando de novo a Nigéria cuja produção foi de 1,889 milhões de barris por dia.
Em Abril, a produção de Angola foi de 1,882 milhões de barris por dia, tendo a Nigéria produzido 1,824 milhões de barris diários. Nos próximos meses, os programas de exportação conhecidos - de petrolíferas como a BP, Total, Chevron ou Exxon Mobil - apontam para valores superiores em Angola. A produção angolana aumentou no ano passado 18 por cento, para uma média diária de 1,61 milhões de barris, segundo dados da Agência Internacional de Energia.
O país lusófono é actualmente origem de cinco por cento das importações petrolíferas norte-americanas (496 mil barris diários) e no primeiro trimestre do ano foi o principal fornecedor de petróleo da China, ultrapassando a Arábia Saudita, graças a um aumento de 55 por cento nas suas exportações para o país asiático.
Tchizé dos Santos vai ser Deputada do MPLA
Tchizé dos Santos vai ser Deputada do MPLA
Luanda - Welwitcha Pego é assim que a empresaria Tchizé dos Santos (à Esq.), filha do Presidente da República é citada na lista de deputados que o MPLA publicará nos próximos dias para concorrerem as eleições legislativas de Setembro do corrente ano. Para além, da empresária a lista trás também o nome da Presidente do Fundo Lwiny, Ana Paula dos Santos. O Nome de Isabel dos Santos não faz parte do elenco presidencial que consta na lista segundo informações crediveis.
Ao contrário de outros partidos em que os concorrentes tiveram de ser eleitos por via de votos, no MPLA o procedimento de indicação para lista de Deputados ocorreu de forma esquisita provocando reacções no seio de quadros do partido sobretudo daqueles que se entregaram de corpo e alma a causa partidária.
Tchizé dos Santos terá ou pela lista de independentes que o MPLA disponibilizou a pessoas idóneas e de referência na sociedade. A empresária é vista no seu círculo íntimo como a personalidade que revolucionou o canal 2 da TPA que faz gestão em companhia do seu irmão Zedu Dos Santos e de um jovem engenheiro filho do médico Valentim Neto amigo da família, Sérgio Neto, o responsável máximo do jornal electrónico Angonotícias.
Desconhece-se alguma inclinação de Tchizé dos Santos pela política porem nasce a expectativa de que a mesma venha dentro do parlamento defender normas que projectem jovens da sua idade para o campo empresarial onde milita.
Familiares próximos ao PR marcam entretanto, a entrada na política activa. para além de Tchizé dos Santos, outro que tem mostrado simpatia e ocorrência aos assuntos políticos é Zedu dos Santos. Ultimamente é visto a imprimir comentários na internet fazendo mesmo chegar directamente ao pai.
Embora de forma bastante discreta Zenu dos Santos outro filho de JES formado em engenharia viu o seu nome ventilado, na média como figura a ser preparado para um dia concorrer “saltos altos” de enorme responsabilidades. Em diálogo sobre política em certo circulo restrito Zenu dos Santos sem dizer “sim ou não” terá pelo menos dado indicadores do seu ilimitado senso patriótico.
Fonte: Club-k.net
Luanda - Welwitcha Pego é assim que a empresaria Tchizé dos Santos (à Esq.), filha do Presidente da República é citada na lista de deputados que o MPLA publicará nos próximos dias para concorrerem as eleições legislativas de Setembro do corrente ano. Para além, da empresária a lista trás também o nome da Presidente do Fundo Lwiny, Ana Paula dos Santos. O Nome de Isabel dos Santos não faz parte do elenco presidencial que consta na lista segundo informações crediveis.
Ao contrário de outros partidos em que os concorrentes tiveram de ser eleitos por via de votos, no MPLA o procedimento de indicação para lista de Deputados ocorreu de forma esquisita provocando reacções no seio de quadros do partido sobretudo daqueles que se entregaram de corpo e alma a causa partidária.
Tchizé dos Santos terá ou pela lista de independentes que o MPLA disponibilizou a pessoas idóneas e de referência na sociedade. A empresária é vista no seu círculo íntimo como a personalidade que revolucionou o canal 2 da TPA que faz gestão em companhia do seu irmão Zedu Dos Santos e de um jovem engenheiro filho do médico Valentim Neto amigo da família, Sérgio Neto, o responsável máximo do jornal electrónico Angonotícias.
Desconhece-se alguma inclinação de Tchizé dos Santos pela política porem nasce a expectativa de que a mesma venha dentro do parlamento defender normas que projectem jovens da sua idade para o campo empresarial onde milita.
Familiares próximos ao PR marcam entretanto, a entrada na política activa. para além de Tchizé dos Santos, outro que tem mostrado simpatia e ocorrência aos assuntos políticos é Zedu dos Santos. Ultimamente é visto a imprimir comentários na internet fazendo mesmo chegar directamente ao pai.
Embora de forma bastante discreta Zenu dos Santos outro filho de JES formado em engenharia viu o seu nome ventilado, na média como figura a ser preparado para um dia concorrer “saltos altos” de enorme responsabilidades. Em diálogo sobre política em certo circulo restrito Zenu dos Santos sem dizer “sim ou não” terá pelo menos dado indicadores do seu ilimitado senso patriótico.
Fonte: Club-k.net
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Antigos Bofias do Ministerios da Seguranca do Estado agastados
Luanda - Antigos funcionários do extinto Ministério da Segurança do Estado andam agastados com o estado do seu alegado abandono.
São mais ou menos 3,8 mil sujeitos nesta condição, dos quais 3 mil com a pensão de reforma indefinida entre oficiais, sargentos e soldados.
Conforme se queixaram três porta-vozes em declarações prestadas ontem à Ecclesia, o seu processo burocrático leva quatro anos, tendo entregue toda a papelada necessária.
«Nunca tivemos nenhuma verba, nenhuma ajuda do governo. Nada. Então, estamos bastantemente descontentes. Queremos as nossas pensões e as nossas promoções na qualidade de sermos antigos combatentes e muitos de nós já morreram, já não vão comer mais este dinheiro», referiu um dos queixosos.
O descontentamento toca também a falta de habitação condigna por muitos residirem actualmente em casas de lata, além da falta de perspectiva aos mais idosos para novo emprego.
«Com mais de 45 anos de idade que as pessoas já têm, parece que já não tem mais solução para pelo menos pegar num emprego para garantir o futuro», lamentou o citado integrante.
A senhora do grupo salientou: «Estamos aqui a deriva. Já gastamos muito dinheiro. Vir de candongueiro, do Zango para aqui todos os dias, todos os meses, quem vai pagar este dinheiro?»
Outro correligionário explicou o recurso à Ecclesia para que os seus chefes actualmente no governo os oiçam, pois, depois das eleições, com outros governantes, o caso pode ficar sem solução.
Em vão, a Ecclesia tentou registar a reacção da Direcção do Pessoal e Quadros do estado-maior do Exército. Somente, obteve a promessa de um pronunciamento dentro de dias por parte do presidente da associação ligada aos serviços de inserção social dos antigos membros dos serviços do extinto ministério da segurança do Estado.
Fonte: Apostolado
A Verdade da TPA na boca de Ernesto Bartolomeu
Luanda - Ernesto Bartolomeu, pivot do principal noticiário da noite do canal 1 da Tpa, está a braços com um processo disciplinar, por ter dito, publicamente, coisas que não agradaram, nem à direcção da estação televisiva pública, nem aos responsáveis do ministério da Comunicação Social.
As «palavras malditas» foram proferidas no decurso de uma conferência sobre jornalismo e eleições, realizada na última semana do mês de Abril pelo Cefojor (Centro de Formação de Jornalistas) em Luanda. Ernesto Bartolomeu, ao dirigir uma questão ao prelector, o jornalista luso-americano da Sic, Luís Costa Ribas, descreveu que é prática editorial na casa a informação não ser feita pelos factos, mas sim pelos editores.
Segundo ele, as peças editadas com a informação recolhida pelos repórteres são muitas vezes postas de parte a favor de uma determinada linha de orientação simpática ao comité de especialidade (do Mpla, entenda-se).
Na tpa, de acordo com Ernesto Bartolomeu, podem registar-se casos de pressão, até por via telefónica, em cima do noticiário, para se favorecer o partido no poder em termos de exposição e reservar às outras formações políticas o menor espaço de tempo possível, um minuto, quando muito.
O pivot do telejornal da tpa perguntava como lidar com esta situação e como conciliar isto com a prática do bom jornalismo em pleno período de eleições.Este pronunciamento originou a instauração do processo disciplinar, porquanto, segundo fez circular a direcção da tpa para conhecimento dos trabalhadores, Ernesto Bartolomeu revelou assuntos sujeitos ao sigilo profissional que vigora na televisão pública.
Por outro lado, e sobre o tempo que a tpa dedica à cada partido nos seus noticiários e programação, a direcção da televisão pública alega que segue a regra da proporcionalidade, com base na representatividade de cada partido na Assembleia Nacional. Ou seja, estando o Mpla em maioria no parlamento, é a esse partido que a tpa dedica maior espaço. A Unita estaria imediatamente a seguir e depois o Prs.
A coordenar o processo disciplinar a que Ernesto Bartolomeu é sujeito, está o jornalista Isidro Sanhanga, subdirector para a informação, segundo uma nota afixada no mural informativo da televisão pública.
Tudo indica que, quando tomou a palavra no Cefojor, Ernesto Bartolomeu sabia que iria «partir a loiça», tanto que no fim da sua intervenção, disse-se pronto para ser entregue às feras. «Podem queixar, eu sei que vão queixar». Foi o que aconteceu. Passados menos de dez minutos, já Ernesto Bartolomeu estava a receber uma chamada «lá de cima» a perguntar se «tinha perdido» a cabeça.
Em resposta às interrogações do noticiarista da tpa, Luís Costa Ribas aconselhou-o a abandonar o emprego, se colocado diante do cenário em que a censura impede o exercício de um jornalismo livre e plural. Outras hipóteses apresentadas pelo luso-americano foram a resignação ou o alinhamento com a tentativa de mudar as coisas por dentro.
Ernesto Bartolomeu, contactado por este jornal, negou-se a confirmar a sua suspensão, remetendo-nos para o Gabinete Jurídico da tpa.Apesar de as práticas descritas por Ernesto Bartolomeu serem de conhecimento quase generalizado, esta foi a primeira vez em que um jornalista de um órgão público de comunicação social veio expor a realidade fora do restrito «círculo de amigos».
Fonte: Semanario Angolense
Presidente da República inaugura nova sede da Sonangol
Presidente da República inaugura nova sede da Sonangol
Luanda – O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, inaugurou hoje, quinta-feira, a nova sede da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol EP), localizada no cruzamento entre a rua Rainha Ginga e a Avenida do 1º Congresso do MPLA, em Luanda.
A construção do edifício assente na introdução de novos sistemas de gestão de energia, prevenção de incêndios e iluminação, foi inspirado nas estruturas utilizadas nas plataformas da indústria petrolífera.
Com 22 andares e 95,5 metros de altura, o imóvel ocupa uma superfície de 48 mil metros quadrados e albergará cerca de 2.000 funcionários em sistema “open space”, segundo os responsáveis da empresa.
Após o corte da fita, o estadista angolano foi conduzido ao anfiteatro multi-funcional, com capacidade para 300 pessoas, onde assistiu a um vídeo que retrata as condições de segurança instaladas em todos os andares do edifício e outras especificidades técnicas.
Na ocasião, o presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Manuel Vicente, agradeceu a presença do Chefe de Estado, à cerimónia, e das entidades que participaram na edificação do imóvel.
O gestor lembrou que ao longo dos 32 anos da existência da Sonangol, só a partir de agora passará a ter uma sede própria.
Seguidamente, o Presidente José Eduardo dos Santos e convidados percorreram alguns compartimentos que compõem o imponente edifício, entre os quais gabinetes de trabalho, dois ginásios, um restaurante e uma sala de documentação à prova de incêndios.
A nova sede da Sonangol dispõe igualmente de três pisos para estacionamentos e um heliporto com mais de 20 metros de diâmetro, resultante da confluência de arquitectura e engenharia angolana, sul-africana, inglesa, sul-coreana e portuguesa.
Assistiram o acto, o primeiro-ministro, Fernando da Piedade Dias dos Santos, o primeiro-vice presidente da Assembleia Nacional, João Lourenço, o presidente do Tribunal Supremo, Cristiano André, a governadora de Luanda, Francisca do Espírito Santos, deputados, governantes e entidades religiosas.
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