sexta-feira, 13 de junho de 2008

Antigos Bofias do Ministerios da Seguranca do Estado agastados





Luanda - Antigos funcionários do extinto Ministério da Segurança do Estado andam agastados com o estado do seu alegado abandono.


São mais ou menos 3,8 mil sujeitos nesta condição, dos quais 3 mil com a pensão de reforma indefinida entre oficiais, sargentos e soldados.


Conforme se queixaram três porta-vozes em declarações prestadas ontem à Ecclesia, o seu processo burocrático leva quatro anos, tendo entregue toda a papelada necessária.
«Nunca tivemos nenhuma verba, nenhuma ajuda do governo. Nada. Então, estamos bastantemente descontentes. Queremos as nossas pensões e as nossas promoções na qualidade de sermos antigos combatentes e muitos de nós já morreram, já não vão comer mais este dinheiro», referiu um dos queixosos.


O descontentamento toca também a falta de habitação condigna por muitos residirem actualmente em casas de lata, além da falta de perspectiva aos mais idosos para novo emprego.
«Com mais de 45 anos de idade que as pessoas já têm, parece que já não tem mais solução para pelo menos pegar num emprego para garantir o futuro», lamentou o citado integrante.
A senhora do grupo salientou: «Estamos aqui a deriva. Já gastamos muito dinheiro. Vir de candongueiro, do Zango para aqui todos os dias, todos os meses, quem vai pagar este dinheiro?»
Outro correligionário explicou o recurso à Ecclesia para que os seus chefes actualmente no governo os oiçam, pois, depois das eleições, com outros governantes, o caso pode ficar sem solução.


Em vão, a Ecclesia tentou registar a reacção da Direcção do Pessoal e Quadros do estado-maior do Exército. Somente, obteve a promessa de um pronunciamento dentro de dias por parte do presidente da associação ligada aos serviços de inserção social dos antigos membros dos serviços do extinto ministério da segurança do Estado.


Fonte: Apostolado

A Verdade da TPA na boca de Ernesto Bartolomeu







Luanda - Ernesto Bartolomeu, pivot do principal noticiário da noite do canal 1 da Tpa, está a braços com um processo disciplinar, por ter dito, publicamente, coisas que não agradaram, nem à direcção da estação televisiva pública, nem aos responsáveis do ministério da Comunicação Social.


As «palavras malditas» foram proferidas no decurso de uma conferência sobre jornalismo e eleições, realizada na última semana do mês de Abril pelo Cefojor (Centro de Formação de Jornalistas) em Luanda. Ernesto Bartolomeu, ao dirigir uma questão ao prelector, o jornalista luso-americano da Sic, Luís Costa Ribas, descreveu que é prática editorial na casa a informação não ser feita pelos factos, mas sim pelos editores.


Segundo ele, as peças editadas com a informação recolhida pelos repórteres são muitas vezes postas de parte a favor de uma determinada linha de orientação simpática ao comité de especialidade (do Mpla, entenda-se).


Na tpa, de acordo com Ernesto Bartolomeu, podem registar-se casos de pressão, até por via telefónica, em cima do noticiário, para se favorecer o partido no poder em termos de exposição e reservar às outras formações políticas o menor espaço de tempo possível, um minuto, quando muito.


O pivot do telejornal da tpa perguntava como lidar com esta situação e como conciliar isto com a prática do bom jornalismo em pleno período de eleições.Este pronunciamento originou a instauração do processo disciplinar, porquanto, segundo fez circular a direcção da tpa para conhecimento dos trabalhadores, Ernesto Bartolomeu revelou assuntos sujeitos ao sigilo profissional que vigora na televisão pública.


Por outro lado, e sobre o tempo que a tpa dedica à cada partido nos seus noticiários e programação, a direcção da televisão pública alega que segue a regra da proporcionalidade, com base na representatividade de cada partido na Assembleia Nacional. Ou seja, estando o Mpla em maioria no parlamento, é a esse partido que a tpa dedica maior espaço. A Unita estaria imediatamente a seguir e depois o Prs.


A coordenar o processo disciplinar a que Ernesto Bartolomeu é sujeito, está o jornalista Isidro Sanhanga, subdirector para a informação, segundo uma nota afixada no mural informativo da televisão pública.


Tudo indica que, quando tomou a palavra no Cefojor, Ernesto Bartolomeu sabia que iria «partir a loiça», tanto que no fim da sua intervenção, disse-se pronto para ser entregue às feras. «Podem queixar, eu sei que vão queixar». Foi o que aconteceu. Passados menos de dez minutos, já Ernesto Bartolomeu estava a receber uma chamada «lá de cima» a perguntar se «tinha perdido» a cabeça.


Em resposta às interrogações do noticiarista da tpa, Luís Costa Ribas aconselhou-o a abandonar o emprego, se colocado diante do cenário em que a censura impede o exercício de um jornalismo livre e plural. Outras hipóteses apresentadas pelo luso-americano foram a resignação ou o alinhamento com a tentativa de mudar as coisas por dentro.


Ernesto Bartolomeu, contactado por este jornal, negou-se a confirmar a sua suspensão, remetendo-nos para o Gabinete Jurídico da tpa.Apesar de as práticas descritas por Ernesto Bartolomeu serem de conhecimento quase generalizado, esta foi a primeira vez em que um jornalista de um órgão público de comunicação social veio expor a realidade fora do restrito «círculo de amigos».
Fonte: Semanario Angolense

Presidente da República inaugura nova sede da Sonangol



Presidente da República inaugura nova sede da Sonangol



Luanda – O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, inaugurou hoje, quinta-feira, a nova sede da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol EP), localizada no cruzamento entre a rua Rainha Ginga e a Avenida do 1º Congresso do MPLA, em Luanda.
A construção do edifício assente na introdução de novos sistemas de gestão de energia, prevenção de incêndios e iluminação, foi inspirado nas estruturas utilizadas nas plataformas da indústria petrolífera.


Com 22 andares e 95,5 metros de altura, o imóvel ocupa uma superfície de 48 mil metros quadrados e albergará cerca de 2.000 funcionários em sistema “open space”, segundo os responsáveis da empresa.


Após o corte da fita, o estadista angolano foi conduzido ao anfiteatro multi-funcional, com capacidade para 300 pessoas, onde assistiu a um vídeo que retrata as condições de segurança instaladas em todos os andares do edifício e outras especificidades técnicas.
Na ocasião, o presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Manuel Vicente, agradeceu a presença do Chefe de Estado, à cerimónia, e das entidades que participaram na edificação do imóvel.


O gestor lembrou que ao longo dos 32 anos da existência da Sonangol, só a partir de agora passará a ter uma sede própria.
Seguidamente, o Presidente José Eduardo dos Santos e convidados percorreram alguns compartimentos que compõem o imponente edifício, entre os quais gabinetes de trabalho, dois ginásios, um restaurante e uma sala de documentação à prova de incêndios.
A nova sede da Sonangol dispõe igualmente de três pisos para estacionamentos e um heliporto com mais de 20 metros de diâmetro, resultante da confluência de arquitectura e engenharia angolana, sul-africana, inglesa, sul-coreana e portuguesa.


Assistiram o acto, o primeiro-ministro, Fernando da Piedade Dias dos Santos, o primeiro-vice presidente da Assembleia Nacional, João Lourenço, o presidente do Tribunal Supremo, Cristiano André, a governadora de Luanda, Francisca do Espírito Santos, deputados, governantes e entidades religiosas.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Kobe o jogador da noite...


Parafuso prisioneiro da noite Kobe Bryant. nao vai ser mantido para três jogos retos. Com seu team' o título de espera na linha, o MVP teve 36 pontos (no tiro 12 of-20) e noite de terça-feira de sete repercussões para conduzir a maneira como Boston passada reagrupada L.A. de puxar dentro de 2-1 nos finais. Ao contrário nos primeiros dois jogos, Bryant (retratado) não teve nenhum problema começ à cesta -- ou a linha suja -- no jogo 3. Era agressivo do começo, dos fouls internos ou extraindo da contabilização, para manter a ofensa de Lakers ir em uma noite em que seu molde de apoio (à excepção de Sasha Vujacic) se esforçasse. Chave igualmente ajudada de Bryant um esforço defensivo da equipe espirituoso que prendesse Boston ao tiro 29 of-83 (34.9 por cento). Sua defesa na estrela Paul Pierce dos célticos (veja abaixo) era quase como grande para os Lakers nesta noite

Carta aberta a Joao Melo sobre o 27 de Maio

Carta aberta ao deputado João Melo. A propósito de «O 27 e o 28 de Maio»
03.06.2008
Excelência. Queira, antes de mais, aceitar os meus respeitosos cumprimentos, desejando-lhe ao mesmo tempo êxitos, na vossa nobre função como deputado eleito por este sofrido povo.

Certamente Vossa Excelência não me conhece pessoalmente, anónimo e de base que sou. Mas penso que já ouviu falar na minha pessoa, em função dos meus pronunciamentos sobre os acontecimentos do dia 27 de Maio de 1977, do qual fui uma das vítimas, tendo sido desterrado, na companhia de centenas de jovens, para um feroz campo de concentração localizado na Comuna da Calunda, Município do Alto Zambeze, na Província do Moxico, de onde só sobrevivi por milagre do «Criador».

Endereço-lhe esta modesta carta reagindo ao artigo que Vossa Excelência escreveu, publicado no Jornal de Angola, na edição do dia 26 do mês em curso, no habitual espaço intitulado «Palavras à Solta» (um espaço que só indivíduos da vossa estirpe política têm o privilégio de nele publicar as suas ideias, porque indivíduos como eu jamais conseguem fazê-lo), cuja epígrafe é: «O 27 e o 28 de Maio», certamente em alusão aos tristes acontecimentos do dia 27 de Maio de 1977. No terceiro parágrafo do vosso artigo, Vossa Excelência diz: «Participam nessa autêntica “operação” (vou ignorar os “historiadores-activistas” portugueses) desde vítimas da repressão que se seguiu à tentativa de golpe de estado, …» É sobre a expressão «operação» que me vejo forçado a reagir.

Vossa Excelência é um intelectual de reconhecido mérito (contrariamente à minha pessoa) e, por esta razão, tem a obrigação de utilizar as palavras com rigor, ou seja, antes de usá-las, deve pensar primeiro e bem. O que Vossa Excelência quer dizer com a expressão «operação»? Salvo entendimento diferente de Vossa Excelência, entendo que uma operação é uma acção que, antes de ser levada acabo, é previamente programada, planificada, logo, ela tem de partir de um órgão estruturado e com uma direcção coesa. Ora, se assim é, então o que Vossa Excelência quer fazer crer ao público leitor, é que há um grupo de indivíduos devidamente estruturado, com a vil intenção de falsear a verdade sobre os acontecimentos do 27 de Maio. E aqui reside o cerne da questão. Fique desde já sabendo que eu, Miguel Francisco, vulgarmente conhecido por «Michel», autor do livro «Nuvem Negra», que relata apenas as situações duramente vividas naquele terrível inferno, não integro nenhum grupo estruturado, e nem sequer recebo ordens de nenhuma direcção para falsear os acontecimentos que se seguiram àquele fatídico dia 27 de Maio.

Os factos relatados no livro são factos reais, vividos e sentidos, no corpo e na alma, na companhia de mais jovens que tiveram a sorte madrasta de ter ido parar naquele campo da morte, onde pereceram, das mais variadas maneiras, centenas de jovens, todos, mas absolutamente todos, inocentes, que nem sequer tiveram a oportunidade de ser ouvidos em juízo e, no entanto, não tinham conhecimento de nada (excepto talvez apenas eu), nem se quer sabiam quem era Nito Alves e muito menos José Van-Dúnem. Quanto ao número exacto dos que lá ficaram, não me pergunte, que eu não sei. Mas lhe posso assegurar com fidelidade: foram centenas, disto não tenha dúvidas. Agora, não venha Vossa Excelência, insinuar que quem com legitimidade relata acontecimentos por si vividos esteja a participar numa autêntica «operação». No parágrafo a seguir, Vossa Excelência também diz: «Esta tentativa de revisão da história do 27 de Maio chega ao ponto de manipular o número de vítimas provocadas pela repressão estatal. Todos os anos este número aumenta, sem que sejam exibidos dados que os comprovem. Considero essa estratégia particularmente macabra e perversa…» Francamente! Se Vossa Excelência diz que há manipulação do número de vítimas é porque sabe qual é o número exacto (ou pelo menos aproximado) delas, logo, é porque participou no massacre, ainda que indirectamente. Então porquê que não vem a público dizer quantas foram? Então, acha que pessoas como eu, que sofreram na carne os horrores cometidos por indivíduos que dirigiram e executaram a repressão sangrenta em consequência dos acontecimentos do 27 de Maio, ao se pronunciarem sobre tais actos procedem a uma «revisão» da história do 27 de Maio? Acha que essas pessoas não devem falar sobre o que com elas se passou e, ao fazê-lo, considera esta uma «estratégia macabra e perversa»? Então, qual é a verdadeira história do 27 de Maio? A contada pelos que dirigiram a repressão nos anos que se seguiram ao 27 de Maio de 1977 e que certamente Vossa Excelência colaborou na elaboração dos textos? Sinceramente, não consigo perceber como é que um deputado, eleito pelo povo, assume em público pronunciamentos desta natureza. Vossa Excelência não se esqueça que, na sua maioria, todos os que em si votaram, directa ou indirectamente foram vítimas desta tragédia que agora tenta minimizar os números. Perderam famílias e vivem profundamente marcados por esta tragédia que Vossa Excelência aplaudiu e, por isso, peço-lhe que ao menos que tenha um pouco de sensibilidade e consideração por estas pessoas que o elegeram. Diz ainda, Vossa Excelência, no penúltimo parágrafo do vosso artigo: «…tendo Nito Alves e o seu grupo sido responsáveis pelo assassinato de alguns dos mais brilhantes dirigentes políticos da altura. No dia seguinte, o Estado desencadeou uma intensa repressão que, sendo legítima à partida, se transformou rapidamente num momento de excessos, arbitrariedades e oportunismos, de consequências muitas delas irreparáveis…» Novamente aqui entendo que houve falta de rigor de vossa parte. Com o devido respeito que lhe devo, de que legitimidade do Estado Vossa Excelência se refere? A política ou a jurídica? Se for a legitimidade política do Estado, ela se afere pelo critério das maiorias nas urnas, ou no mínimo, num órgão colegial onde o assunto devia ser discutido até à exaustão. Ora, segundo sei (Vossa Excelência talvez também saiba), as questões que estiveram na base dos acontecimentos do dia 27 de Maio não foram discutidas com a profundidade e o rigor que o assunto impunha por tratar-se de questões políticas muito sérias, ao nível do Comité Central do Mpla. Nem sequer foi dada a possibilidade a Nito Alves de defender-se naquele órgão máximo do movimento que dirigia o Estado naquela altura, através do documento por si elaborado em sua defesa. Se se refere à legitimidade jurídica do Estado, a coisa fica ainda mais complicada. Porque? Explico-me. Salvo também entendimento diferente de Vossa Excelência, entendo que o Estado, sendo uma instituição, é uma ideia. É algo que perdura no tempo e se distingue dos membros que o personificam e agem em seu nome (através dos seus órgãos) numa determinada etapa ou fase da sua existência. Se essa asserção é verdadeira, então a forma de proceder dentro do Estado, enquanto instituição, é através das normas jurídicas, do Direito por si criado, traduzido em diplomas legais que tem no seu vértice a Constituição. Logo, a legitimidade do Estado repousa no cumprimento escrupuloso das normas jurídicas por si criadas. E aqui coloca-se uma questão que é a seguinte: Depois do dia 27 de Maio de 1977, as normas jurídicas que então vigoravam no país foram respeitadas? As pessoas foram julgadas? Tiveram direito à defesa como tiveram o próprio Presidente Neto, o Costa Andrade «Ndunduma» e outros, quando detidos pelo poder colonial que então «combatiam», materializando o princípio da presunção da inocência consagrado na Lei Constitucional então em vigor? E Vossa Excelência fala em legitimidade? Tenha a santa paciência! Não venha, agora, Vossa Excelência subterfugiar-se numa pretensa «legitimidade do Estado» para tentar justificar os crimes que determinadas pessoas dolosamente cometeram com o vosso apoio, aproveitando-se das estruturas do Estado. Porque sendo o Estado uma instituição, o que se deve exprimir dentro dos seus órgãos é a sua vontade normativa e não a vontade psicológica dos membros que personificam os referidos órgãos. Só assim os actos praticados pelos seus órgãos são juridicamente imputáveis ao Estado. Caso contrário, tais actos, ao agirem ao arrepio das normas que conformam a ordem jurídica do Estado, são passíveis de responsabilidade disciplinar, civil e até criminal, consoante a gravidade da infracção. Ora, exactamente o que se passou nos dias, semanas e meses após o 27 de Maio, foram actos bárbaros, praticados por indivíduos que agiram ao arrepio das leis que então vigoravam na República Popular de Angola, aproveitando-se das estruturas do Estado com a colaboração de forças estrangeiras. Por esta razão, em rigor, tais actos não devem, em princípio, vincular o Estado. Esta é que é a verdade, nua e crua, Sr. Deputado. E por isso mesmo amarga. Não são apenas excessos como insinua – outra falta de rigor de vossa parte. Porque, quando fala em excessos, está a admitir que foi perfeitamente legítimo terem sido mortos de forma selectiva e sem julgamento um determinado número de angolanos como retaliação às mortes de oito ou nove dirigentes, numa proporção de um por dois ou três mil, e o resto são excessos. Ou seja, na vossa maneira de ver a questão, era mesmo necessário matar-se um bom número de «fraccionistas», só que, se matou um pouco a mais. Daí os excessos. Quanto ao resto que escreveu no artigo, não comento. Sou de opinião que promova um debate público na União de Escritores Angolanos, enquanto escritor, naqueles vossos debates «Maka à Quarta-feira». Convide também os seus companheiros: o Nudunduma e o Pepetela, já que todos vós pertencestes à tristemente célebre «Comissão de Lágrimas». Terei muito gosto de lá estar para um debate franco e aberto. Aproveite a oportunidade enquanto a coisa está quente. Desta vez não é preciso bater no ferro quente enquanto o ferro está em brasa, numa clara incitação à matança de compatriotas vossos que deram o melhor de si para que o país se tornasse independente, muitos deles, na sua maioria, inocentes. Concordo, plenamente, com Vossa Excelência, quando insta a Direcção do país em discutir este assunto em público, para que nos possamos reconciliar dentro do próprio Mpla, uma causa pela qual me venho batendo há muito, dando a cara, com todos os riscos possíveis que corro. Tenho fé de que tarde ou cedo este dia chegará e todos nós, num cortejo da história, enterraremos os nossos ódios e mágoas que carregamos há mais de trinta anos.

Luanda 27 de Maio de 2008.
Miguel Francisco «Michel»
(Sobrevivente do 27 de Maio)

Fonte: semanário angolense Edição nº 267

Savimbi tornou-se Amigo de si Proprio-Revela o Escritor Britanico

Entrevista do veterano Jornalista Britanico Fred Bridgland, tornou famoso nos anos 1980 pela a sua biografia do Leader Angolano da oposicao e rebeliao Jonas Malheiro Savimbi, e as suas publicacoes sobre a Unita, o movemento liderado pelo o Savimbi.

(A mesma pode-se ler a sua vercao em portugues fazendo um Click ao Link abaixo).

Eis a Entrevista na sua integra... (English)


Fred Bridgland, were you an apologist for Jonas Savimbi, as many people called you, or were you Savimbi's biographer?

Savimbi's biographer, not an apologist for Savimbi -- far from it.

Many would say that, certainly in your first book, you were touting for a man who became a monster.

Yes, I think some people would say that, but I think I can make an easy defence of that. I think the strategic analysis of my book on Savimbi stands up to this day. I think, I know that when I discovered what was going on internally in Unita, I was the first to reveal it.
Before I wrote the book on Savimbi, I was the person who actually revealed the South African invasion of Angola.

So do you reject the accusations from those who say Fred Bridgland was an apologist for Jonas Savimbi, that you were the man who, publicly as a journalist, made Savimbi sound like good news.

I can't reject that entirely, obviously, because when I wrote the book I didn't have the subsequent information I got after 1989. But I think the point is that Unita had a case when the Angolan civil war began.
You have to remember that one of Unita's main arguments was that there should be elections in Angola. That is a generally accepted fact of life even in Africa these days.
And there were no elections in Angola for 17 years. And that was what Unita, and I emphasise Unita, fought for -- for the holding of general elections in Angola. And those were only held in 1992, 17 years after Angola became independent.

What was the draw of Jonas Savimbi?

I think anybody who had been in his presence was certainly charmed by him. He was a very charming man, he was a very witty man. And a remarkable...

Certainly an incredible linguist. He spoke four European languages, including English although he had never lived in an English-speaking country. He was extremely well read. He was an extremely fine conversationalist and a very good listener. I had conversations with him sometimes that went on for more than 24 hours. I just found him very fascinating, very interesting.
But the legacy of Savimbi, surely, is that he will be seen as one of Africa's potential, but failed, leaders who set back perhaps a third of the continent...

Well I don't think there's any doubt at all that the legacy of Savimbi, in the post-election era, is that he is going to be condemned for the way he behaved at that time. But this is not a simple story.
I think one of the problems about the interpretation of Angola is that journalists, particularly, divide both sides into goodies and baddies. I think it's an insult to history to flatten history by interpreting it simplistically.

You had a situation where Unita arrived at the 1992 election and, already -- although people didn't know it, though I have to say I had begun to find out -- that Savimbi had begun killing his entire second-tier leadership. That had begun.
But even though he had done that, you have to remember that Savimbi and Unita almost won the presidential and parliamentary elections in Angola. It wasn't one white man who supported Savimbi and raised him to power, it was Angolan people who supported him and loved him and believed his cause was right.

Are we talking about 'Angolan' people or 'his' people, the Ovimbundu, who supported Unita?

Well, largely the Ovimbundu, but not only the Ovimbundu. I think all parties in Angola had their tribal bases. But all of them had support beyond that tribal base, but yes largely they were tribally based.

So in 1992, we had the Savimbi who wanted to be the leader of his country and the Savimbi who lost the elections, rightly or wrongly -- he says wrongly -- and then seemed only to be interested in single-mindedly becoming president of Angola. After that, he became in a way a dangerous, damaging, pillaging man who had been an instrument of South Africa, of the west, of the Cold War, didn't he?

I think he was only an instrument of himself after the 1992 elections. The fact is that a lot of his senior generals, very outstanding people -- and I do want to emphasise that there were a lot of very outstanding people in Unita, particularly in the second tier leadership after the elections -- when Savimbi insisted on going back to war, a lot of his senior generals, who had stuck with him till then, defected.
And one particular man I know, someone I 'yomped' across Angola with and watched him lead his battalion into battle - actually near the spot where Savimbi was killed - a guy called General Geraldo Nunda, he defected immediately after Savimbi went back to war. Nunda said, 'look the people are tired of war, there is no justification for this, Savimbi is now demonstrating that he is insane'.
In fact, Nunda and other generals were part of the operation that finally killed Savimbi.
So they turned their back on him and, in the end, ratted on him...
I think that's very emotional language. I think they were loyal to the original cause of Unita. They were not loyal to the cause of Savimbi. Savimbi by the end, long before the end, wanted to become an all-powerful, oligarchic, dictatorial ruler. And these people were not prepared to accept that.
And Savimbi at the end, unfortunately, was left with no men of real quality in the Unita movement. And this is possibly why his guerrilla war collapsed over the past ten years.
I met Jonas Savimbi on a number of occasions, in Paris, in Abidjan and in Unita-controlled territory in Angola for the last time in 1994.

I was discussing with a fellow journalist who also interviewed him who said it is rare in Africa that people really wish someone dead, or gone, good riddance. But Savimbi had become a pest, a troublemaker, a plague, he said, a man who threw it all away...

I think that's right. I think, in the end, Savimbi was his own worst enemy. Savimbi defeated himself.
The person who gave me the crucial insight into Savimbi was his one-time foreign secretary, a good and noble man by any standards, Tito Chingunji.
Who was killed by Savimbi...
Tito was Savimbi's foreign secretary. And I was very close to Tito.
He was a very popular, handsome, brilliant young man and some say a potential rival to Savimbi for the leadership of Unita...
And my closest African friend, a very dear friend and a good man by any standards. But Tito, long before the 1992 elections, told me what was really going on inside Unita, the extent of the killings and the barbarity of the killings. And he predicted to me his own death.
For many years, I campaigned through Amnesty International and other bodies to try to save Tito's life, but I couldn't go public, because Tito had given me this information confidentially. If I had gone public with it, he would have been executed immediately.

Why didn't men like Tito Chingunji, who was eventually assassinated by Jonas Savimbi, jump ship? He was his foreign secretary, he was always all over the world, trumpeting Unita and promoting its cause...

It's a very good question. But you've got to remember that most of Tito's family was held hostage by Savimbi at his headquarters and in prisons in Angola against Tito continuing to do a brilliant diplomatic job in the outside world.

And, in fact, his family urged him not to come back. They said never mind us. But Tito told me 'no, you know I can't desert my family. I'm going to go back and one day I might not return. And if I don't return, you will know the time has come to do something'.

I suppose I campaigned with diplomats and organizations like Amnesty International for the best part of three years. But we now know that Tito was shot dead in 1991 -- by Savimbi's chief executioner, Kamy Pena, who really should be tried as a war criminal -- along with Tito's wife and Tito's children, including one-year old twins, who were picked up by their legs and beaten to death against tree trunks. Also Tito's sisters, brothers, mother, father -- the whole lot. Possibly 60 to 70 people, maybe more.
And they were only just the tip of the iceberg with the killings that were going on.
What we are talking about is really Pol Pot style killings, not quite on the same numerical scale, but in style very similar.

So Jonas Savimbi was a brutal executioner?

Yes, certainly. He was a man who betrayed himself and betrayed his own followers.

What about the South African connection with Unita and Angola because, here in Africa, apartheid was a much bigger issue than communism or Marxism and Savimbi was really on the wrong side in the end, wasn't he? He did a deal with the
devil.

I'm thinking about this one. I think for people outside Angola, yes, he did a deal with the devil. For the people within Angola, Savimbi had a great deal of support at the time that he "did a deal with the devil".
Earlier in this interview I talked about the need to respect history. If we're going to respect history, then we mustn't oversimplify it. Savimbi at the beginning was hailed as the peacemaker in Angola. He tried to get a peace deal between all three movements. When it began to break down - and now we don't want to get into the discussion about how it did break down because it's very complicated and very controversial -- he actually first went to western capitals and said, look, the promise we had for elections at independence, it's not going to happen. He said the Russians are now pouring a lot of arms in for the MPLA (current government), what are you going to do about it?
And it was the West that was responsible for the South African invasion of Angola, it wasn't Savimbi. Savimbi asked for Western help. The West gave the green light to the South Africans to invade Angola, which the South Africans did. And when a journalist discovered that they had invaded Angola, which was me, and reported it, it changed the course of the war. The South Africans said to the west, 'look now we've been found out are you going to stand up and be counted if you want us to go on?' Of course the west said 'sorry'.

So was Jonas Savimbi a pawn of the Cold War, of America, of those who saw communism as the red devil, as the red scare?

All the Africans in Angola were pawns of the Cold War. Angola was the hot focus of the Cold War. The FNLA was the pawn of the CIA initially. The MPLA was the pawn of the Russians and the East Germans. Savimbi, initially, was China's man. And when he found that the Chinese help was insufficient....
What he once said to me is that when you're a drowning man in a crocodile-infested river, you don't argue about who is rescuing you until you're safely on the bank. And I think that was a reasonable argument. And he used to point also to the fact that Britain, during the Second World War, made an alliance with Joseph Stalin, who had wiped out 33 million people in the 1930s.
So, people make, all people make, all statesmen make alliances of convenience, cynical alliances of convenience everywhere around the world. On that score, I don't particularly condemn Savimbi. But what I do condemn him mightily for, and I revealed it, is the killing of his own very fine people. That can never be justified.

So are you absolutely sure that Unita is finished militarily?

For certain. I'm absolutely certain in my own mind. As I keep saying, Savimbi had destroyed his second tier leadership, with a few possible exceptions.
Is the Cold War over in Africa? Are the proxy wars of the west and their African partners over? I ask that, because Jonas Savimbi is, I suppose, the last Cold War icon on the continent...
Yes, but it was no longer an ideological war. It was a war being conducted by a man who wanted dictatorial power. He wanted supreme power. He had achieved supreme power within his movement. He had ended any last vestige of democracy within Unita and, finally, he was fighting for absolute power in Angola. But certainly the Cold War was over, we were talking about sheer human demagogy in the end.


Coming back to the MPLA government in Luanda, led by President Jose Eduardo dos Santos, do you think the MPLA's critics will continue supporting Unita as a movement, because they see the Angolan elite in Luanda as being over-weaning, greedy, corrupt rulers?

Personally, I'm not going to get involved in a criticism of the MPLA. I think that's the job of the people who, in the past, told us that the MPLA was the greatest thing since sliced bread. I've done my job on the side of the war that I reported.
Unita is finished as a military force, absolutely finished. There will be a few desultory bands of fighters perhaps spread around the country who will eventually be corralled.
But now the government of the MPLA needs to show real wisdom and creativity in creating transparent government and transparent economic management and recognizing the fact that there is great diversity in Angola of all kinds. There is great diversity of thought, great diversity of language, great diversity of culture, and Unita had a legitimacy. Savimbi squandered that legitimacy. He made Unita illegitimate. But in its early days, it had a real legitimacy and that legitimacy continues. And there are good Unita people in Luanda at the moment.

Let me put you on the spot, such as whom?
I think, say, a man I knew very well like Jaka Jamba. I think he was education secretary and information secretary of Unita for a while. He was as nice a man as I've known in Africa and as educated a man as I've known in Africa, Jaka Jamba.
I think someone like Abel Chivukuvuku, who had the courage to walk away from Unita when he realized it was falling apart.

Perhaps people like Brigadier Geraldo Nunda who, although he is fighting with the Angolan army now, was an absolute Unita loyalist in the early days. He was very clear that Savimbi betrayed the Unita cause, he betrayed the people who felt they had a real cause. So there are real people of talent still there.

I think if the MPLA is sensible, it will create the conditions under which all the fragmented bits of Unita can eventually get their act together and begin to operate as an effective political party and opposition.

Do you have any regrets, Fred Bridgland? I know you maintain you were not an apologist for Jonas Savimbi, but a lot of people saw you that way in his heyday. Any regrets at having promoted the man?

I wouldn't accept the language of your question, for a start. But of course, many regrets because a lot of people I knew very well were killed.
But I don't have any regrets about the strategic analysis of the book. I think it stands up to this day. I think it's accurate and I think anyone wanting to understand how this happened needs to read this book. It was called Jonas Savimbi, and I don't want to tell you the second part! It was called: A Key to Africa. A lot of people used to say a 'rusty' key! But, if I hadn't stuck with the story also, I would not have discovered and begun to reveal the atrocities that were carried out in Unita under Savimbi. And it was me who initially revealed the atrocities.
I would not have got to know some very fine men in Unita. Tito Chingunji is as good a man as I've known everywhere. And to this day, I love him as my brother. So, that is not a regret. I think in the end I told the full story.






Fonte: allAfrica.com